‘Foi mestre de vida e professora de humanidade’, diz Greca sobre a morte da esposa Margarita Sansone, primeira-dama de Curitiba


Primeira-dama faleceu em decorrência de um linfoma. Margarita se destacou pelo trabalho na área da cultura e da assistência social de Curitiba. ‘Foi professora de humanidade’, diz Greca sobre a morte da esposa
O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), lamentou a morte da esposa, a primeira-dama Margarita Pericás Sansone, aos 79 anos, que morreu na terça-feira (20), em decorrência de um linfoma.
“Essa era a entrevista que eu não gostaria de dar, falar postumamente do meu amor, da minha amada Margarita. Mas é também uma ocasião de memória, de gratidão nesse prédio que simboliza o nosso amor por Curitiba […] Não [foi] só professora de historia da arte, foi também mestre de vida e professora de humanidade”, ressaltou.
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Greca também agradeceu a presença da população curitibana na despedida da esposa.
Velório de primeira-dama foi realizado no Memorial de Curitiba
RPC
O velório ocorre no Memorial de Curitiba e é aberto ao público. Uma missa de despedida será realizada às 15h, e, na sequência, Margarita será sepultada no Cemitério Municipal São Francisco de Paula.
O prefeito pede que, ao invés de coroas em homenagem à primeira-dama, sejam destinadas doações de alimentos para o Banco de Alimentos ou artigos para o Disque Solidariedade, por meio do telefone 156.
“A presença maciça do nosso povo, de todos os bairros e de todos os estamentos sociais, mostra como ela inspirava as pessoas e como o nosso amor por Curitiba e nosso amor mútuo, era também reproduzido pelas pessoas como um parâmetro de fazer o bem. Esse meu anjo que viveu por quase 50 anos do meu lado, só fez bem a minha alma e eu sou muito orgulhoso dela”, disse emocionado.
Margarita Sansone, primeira-dama de Curitiba
Redes Sociais
O prefeito elogiou Margarita pela contribuição na história e na vida da população curitibana, como a ter sido a responsável pela implementação do primeiro restaurante popular do Brasil, com refeições a preço simbólico de R$ 1. Veja mais abaixo.
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Greca ressaltou ainda que a esposa gostava da beleza e da arte.
“Achava que a beleza era uma função urbana, por isso esse prédio tão lindo, essas obras de arte que nós juntamos e que vamos continuar juntando. E também o acervo que temos e que um dia vamos compartilhar com a cidade inteira. Essa mulher de alma curitibana, mas também de alma romana, um alma antiga que veio viver perto de mim”, relatou.
Rafael Greca, prefeito de Curitiba, lamenta a morte da esposa
Reprodução/RPC
Margarita cuidou da cidade e das pessoas
Margarita se destacou pelo trabalho na área da assistência social da capital paranaense. Em 1993, ainda no primeiro mandato de Greca como prefeito de Curitiba, a primeira-dama criou a Fundação de Ação Social (FAS).
O órgão tem como objetivo implementar políticas de assistência social para a proteção de famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e está em atividade até hoje.
Durante o período em que presidiu o Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC), Margarita foi responsável pela implementação do primeiro restaurante popular do Brasil, com refeições a preço simbólico de R$ 1.
Além disso, coordenou programas sociais como o “Vale Vovó”, no qual idosos em situação de vulnerabilidade recebiam uma cesta básica a cada dois meses.
Apaixonada por Curitiba e senhora das palavras
Margarita Pericás Sansone e Rafael Greca
Paulo Cougo/Redes Sociais/Rafael Greca
A primeira-dama era companheira inseparável de Rafael Greca desde os anos 1980, a quem ele sempre se referia como “minha amada Margarita”.
Além do casamento, os dois compartilham também o amor por Curitiba: por mais de 30 anos a primeira-dama manteve uma coluna no jornal Gazeta do Povo. Nos textos, mantinha um olhar atencioso para a cidade e moradores.
As habilidades com as palavras vinham, em parte, da formação global: Margarita se formou em Língua e Literatura Francesa na Universidade de Nancy, na França. Estudou também Literatura, História da Arte e Arqueologia, em Roma, na Itália, e Economia, na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A primeira-dama falava espanhol, francês, catalão e italiano. Mas foi em português que publicou alguns livros, entre eles, “Sérgio Ferro, um Artista Brasileiro na Capela dos Fundadores”, com fotografias de Nani Góis.
O interesse pela arte e a cultura trouxeram frutos para a capital paranaense. Entre 1997 e 2000 ela foi presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e, durante a gestão, deu vida ao Museu da Fotografia e à Cinemateca.
Promoveu também exposições artísticas emblemáticas, como a mostra “Picasso em Curitiba”, que em 1988 recheou o Memorial de Curitiba com cerâmicas do artista espanhol – foi a primeira vez que a capital paranaense hospedou obras do cubista, em uma rara oportunidade de sentir a expressão do artista pessoalmente.
O velório ocorre no Memorial de Curitiba e é aberto ao público.
Reprodução/RPC
Luto oficial
O governador Ratinho Junior decretou luto oficial de três dias no Paraná pela morte da primeira-dama. A Prefeitura de Curitiba também decretou luto oficial de três dias.
A Câmara Municipal de Curitiba suspendeu todas as atividades nesta quarta e adiou as votações previstas. Assim como a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), também decretou luto oficial de três dias.
Amigos, autoridades e instituições lamentam
Por meio das redes sociais, o governador do Paraná Ratinho Junior lamentou a morte de Margarita. Junto com uma foto em que aparece ao lado da primeira-dama e de Greca, Ratinho prestou solidariedade aos amigos e familiares.
“Eu perdi uma amiga, uma entusiasta do desenvolvimento do nosso Paraná. Genuinamente a Margarita simbolizava o amor: o amor pelo marido, o amor pela cidade que ajudou a cuidar e o amor pelo povo do Paraná. […] Descanse em paz sabendo que a nossa gratidão será permanente por tudo aquilo que você fez pela cidade”, afirmou o governador.
Ratinho Junior lamentou a morte da primeira-dama de Curitiba
Ratinho Junior/Redes Sociais
A morte de Margarita também foi lamentada pela Arquidiocese de Curitiba e pelo Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo Metropolitano de Curitiba. Muito devota, Margarita visitou 18 vezes o Santo Papa João Paulo II, no Palácio Apostólico do Vaticano, por quem tinha profunda admiração.
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) prestou solidariedade à família. O Athletico Paranaense e o Coritiba também lamentaram a morte da primeira-dama.
O Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), que acompanhou o tratamento de Margarita, destacou que ela foi “um exemplo de força e dignidade durante seu tratamento oncológico”.
Nas redes, vários políticos prestaram condolências, entre eles Requião Filho, Beto Richa, Alvaro Dias, Gleisi Hoffmann e Sergio Moro.
Morre Margarita Sansone, primeira-dama de Curitiba
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