Principal suspeito é Wilhan Rafael Galvão, marido da vítima. Merin Izabel Ribeiro Padilha pediu ajuda para mãe pouco antes do crime. Defesa do suspeito afirma que ‘vai esclarecer os fatos’. ‘Falava que se ela não obedecesse ele, matava todos nós’, diz mãe de jovem morta em Ivaí
Izabel Ribeiro, mãe de Merin Izabel Ribeiro Padilha, de 24 anos, relatou, em entrevista exclusiva à RPC, que a filha comentava que queria o fim do relacionamento que vivia.
A jovem foi assassinada a tiros no início de janeiro, dentro da casa onde morava em Ivaí, nos Campos Gerais do Paraná. O principal suspeito de cometer o crime é o marido dela, Wilhan Rafael Galvão, de 27 anos.
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Antes de morrer, Merin pediu ajuda para a mãe por meio de mensagens. Na ocasião, ela afirmou que iria pedir a separação.
Izabel conta que a filha pensava em terminar o relacionamento com o suspeito há um tempo, mas tinha medo.
“Ele falava que se ela não obedecesse ele, mataria todos nós. Já tinha proibido o meu piá [irmão da vítima] de ir lá. Minha filha chorava na minha casa e falava: ‘Mãe, eu não posso mais. Eu estou pedindo ajuda para todo mundo, até para os pastores, e não consigo mais'”, relembra emocionada.
Merin Izabel Ribeiro Padilha, 24 anos, foi morta pelo marido, de acordo com a polícia
Arquivo Pessoal
Segundo a mãe, ela chegou a incentivar Merin a pedir o divórcio, porém, a jovem tinha receio que Wilhan fizesse algo contra os familiares dela.
O suspeito foi preso na quarta-feira (17), dez dias após o crime. Em nota, a defesa disse que Wilhan “vai esclarecer os fatos”, e que vai entrar na Justiça com pedido de revogação da prisão.
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‘Matou o psicológico dela’
Wilhan Rafael Galvão, de 27 anos, é considerado foragido da Justiça.
Polícia Civil do Paraná
De acordo com Izabel, a filha nunca relatou agressões físicas por parte do marido.
Porém, segundo o delegado Thiago Andrade, responsável pelo caso, depoimentos de familiares e pessoas próximas ao casal indicam que o relacionamento era abusivo.
“Ele matou o psicológico dela. A mente dela não era mais… Era só chorar. Ela chegava, abraçava a gente e só chorava”, relata a mãe.
Conforme a polícia, os dois estavam juntos há 10 anos e tinham uma filha de 6 anos. Desde o crime, a criança está com a avó. Segundo ela, a menina está assustada e se nega a ver o pai.
“Ela só queria ter paz para ela e para a filha dela”, lamenta Izabel.
Vítima pediu ajuda por mensagem antes do crime
Merin Izabel Ribeiro Padilha, 24 anos, foi morta pelo marido, de acordo com a polícia
Reprodução/Redes sociais
Antes do crime, Merin pediu ajuda à mãe. A RPC teve acesso às mensagens trocadas entre as duas, às 4h40 do dia do assassinato.
Segundo a mãe da vítima, a jovem estava planejando pedir o divórcio e sair de casa com a filha de seis anos do casal, após 10 anos de relacionamento.
“Mãe, ora pra mim aí. Tá quase na hora. Tô com medo da reação dele. Tô com medo do que ele vai tentar fazer. Eu quero ir embora. […] Reza pra mim e pra [minha] filha”, disse Merin.
Jovem enviou mensagens à mãe pedindo ajuda
Reprodução
Merin disse que planejava acordar Wilhan às 5h para comunicá-lo sobre a decisão e pediu que a mãe a ajudasse a pegar os pertences da casa, manifestando preocupação em relação à própria segurança.
“Tenho que tirar minhas roupas, senão é perigoso ele fazer alguma coisa pra mim. Você vem buscar as minhas roupas?”, pede.
A jovem contou que pretendia acordar a filha apenas quando estivesse saindo para não assustá-la. A mãe dela, então, falou que Wilhan não deixaria Merin sair de casa.
“Não preciso da permissão dele. Te mando mensagem a hora que estiver tudo resolvido, pra vocês virem pegar as minhas roupas”, diz a vítima.
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A última mensagem enviada por Merin foi às 5h. Às 8h23 a mãe da jovem perguntou se estava tudo bem, mas a mensagem não chegou a ser visualizada. As mensagens foram anexadas ao inquérito policial.
Segundo o delegado Thiago Andrade, responsável pelo caso, depoimentos de familiares e pessoas próximas ao casal indicam que o relacionamento era abusivo.
Jovem enviou mensagens à mãe pedindo ajuda
Reprodução
Ele também afirma que, apesar de não haver boletim de ocorrência registrado, pelos relatos há indícios de que Merin sofria violência psicológica – um dos motivos para querer o divórcio.
Desde o crime, a filha do casal está com a avó materna.
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