Agente permanece afastado do patrulhamento de rua. Defesa diz que ainda não foi intimada da conclusão da investigação. Mulher leva tapas, é arrastada e puxada pelos cabelos por PM durante abordagem no Paraná
A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) concluiu que o cabo Jader Camilo cometeu uma “transgressão disciplinar” por ter dado tapas, chutes, puxado o cabelo e arrastado uma mulher em Itambaracá, no norte pioneiro do estado.
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Em nota, a defesa informou que o agente “passa por acompanhamento psicológico” e que ainda não foi intimada da homologação do inquérito.
A conclusão consta no Inquérito Policial Militar (IPM), que o g1 e a RPC tiveram acesso. As agressões aconteceram na madrugada do dia 24 de agosto e foram registradas pelo celular de uma testemunha. Veja o vídeo acima.
A vítima estava em um bar com amigos quando os policiais chegaram para atender uma ocorrência de perturbação de sossego.
As imagens mostram o policial xingando e mandando as pessoas abaixarem o volume do som. Em outro trecho, o PM aparece discutindo com a vítima, que leva dois tapas e um chute.
Em entrevista à RPC, ela comentou que nunca vai esquecer a violência física e psicológica que sofreu.
A mulher ainda é arrastada pelas pernas, puxadas pelos cabelos e jogada na calçada pelo agente. Após o episódio, o policial militar foi afastado pela corporação e remanejado “para outra função”. Ele responde a outros processos por agressão.
Policial militar agrediu e puxou cabelos de mulher durante abordagem em Itambaracá (PR)
Divulgação
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O que diz o inquérito
O inquérito foi conduzido pelo 18º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento em Itambaracá e onde o PM investigado trabalha. A investigação foi encerrada no dia 19 de setembro, menos de um mês após o caso.
“É latente que o resultado das lesões resultantes da ação policial foi de sua responsabilidade (cabo Jader Camilo). Há provas robustas de crime militar e de transgressão disciplinar”, cita o relatório.
A conduta do policial foi classificada como “grave” pelo tenente-coronel Walter João Marques Luiz, comandante interino do 2º Comando Regional da PM, que homologou a apuração interna.
Sobre o vídeo que flagrou as agressões, os oficiais responsáveis pelo inquérito informaram que ainda não vai considerar a gravação como “prova fidedigna e sem vício” porque o celular da testemunha que fez o registro ainda não foi periciado pelo Instituto de Criminalística.
“O objetivo do encaminhamento é demonstrar que as imagens são fidedignas com a realidade dos fatos ocorridos naquela madrugada, sem nenhum tipo de corte ou edição. Após a perícia, poderá se afirmar que a gravação contendo 1 minuto e 13 segundos corresponde com a verdade dos fatos”.
O cabo Jader Camilo foi ouvido, mas preferiu ficar em silêncio, assim como o outro policial que o acompanhava na ocorrência. Além deles, também prestaram depoimento a mulher agredida e amigos dela que presenciaram a situação.
PM pode ser processado criminalmente
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que o Inquérito Policial Militar foi encaminhado para o Ministério Público vinculado a Justiça Militar Estadual “para análise no âmbito criminal”.
Conforme a secretaria, os policiais serão investigados em um processo administrativo disciplinar, “respeitando o contraditório e a ampla defesa com o objetivo de verificar a capacidade dos envolvidos em permanecer ou não integrando as fileiras da corporação”.
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